terça-feira, 26 de julho de 2016

Educação x violência na análise do professor Ederson

Uma análise sócio-econômica do País nas últimas décadas deixa evidente que a sociedade brasileira mudou de cara. Até 2002 tínhamos um governo que não se preocupava muito com a educação no país, e muito menos com os aglomerados, vilas e favelas, Com a eleição naquele ano instituiu-se um regime democrático voltado a educação, cresceu a participação das mulheres no mercado de trabalho, de jovens nas universidades, a presença do Brasil no cenário internacional tornou-se mais concreta. Isso tudo veio acompanhado de problemas que já existiam, mas que ficaram explícitos: o crescimento das desigualdades sociais, de uma abissal divisão de renda, do fortalecimento do crime organizado, do uso e venda de drogas, da criação de uma legião de excluídos sociais nas principais cidades brasileiras. O resultado é que a violência aumentou em nossa sociedade e as estatísticas crescentes de furtos, homicídios, sequestros e outros crimes mais ou menos hediondos, envolvendo indivíduos de todas as classes sociais, estão aí para comprovar.
Fica a questão: a educação pode ser remédio contra a escalada da violência e da criminalidade?
A resposta do professor Ederson Balbino, pré-candidato a câmara municipal de Belo Horizonte pelo PRTB é sim, é possível, desde que haja uma transformação na linha pedagógica e no próprio processo de ensino, e que a própria educação seja utilizada não apenas como uma forma unilateral de se transmitir conhecimento, mas de formar cidadãos. Conforme o professor dar às crianças e jovens acesso contínuo à educação é um dos fatores que diminuem as estatísticas de criminalidade e reduzem a incidência (ou reincidência) de casos de violência de qualquer espécie.
Mas ele frisa também que ela, sozinha, não pode resolver todos os problemas. "A educação é fundamental na melhora da qualidade de vida de um indivíduo, mas não pode ser considerada um elemento redentor. Existe uma percepção errada em nossa sociedade de que, quando todo o resto falha, a escola tem de resolver. A maioria dos casos de violência dentro das escolas reflete apenas um problema trazido de fora",Apesar de soar como afirmação óbvia, o professor - que também tem formação em gestão pública  frisa: "várias pesquisas apontam para coincidências entre indivíduos vulneráveis sócio e economicamente e a violência. Existe um senso comum de que pobre é violento, e isso se evidencia sobretudo com quem tem problemas de moradia, saneamento básico e educação", 
"A violência está disseminada na sociedade, já é cotidiana. A escola é apenas mais um cenário. A educação, para atuar como elemento de correção, precisa estar encaixada dentro de políticas públicas estruturadas, que envolvam o acesso das pessoas à saúde, ao trabalho, à cultura, ao esporte. A educação, sozinha, não dá conta da violência", diz o entusiasmado professor. 
Ficamos, assim, diante de um paradoxo: se a escola é um reflexo de uma sociedade violenta e, sozinha, não tem muito como contribuir, como justificar a ideia de que a educação pode funcionar como um antídoto para isso,  "a escola, por si só, é um espaço conflitivo, de troca de experiências e culturas. Mas, também, tem de ser entendido como um espaço de socialização, e seu papel é ensinar às crianças a respeitar essas diferenças, o espaço dos outros, o que passa pela mudança nas linhas pedagógicas adotadas atualmente", conclui.
O pré-candidato entende que o erro da maioria das instituições de ensinos é se omitir diante de pequenos conflitos, como brigas no recreio, "naturalizando" essas situações. "Está errado. O papel da escola é, desde cedo, transmitir valores, noções de cidadania e deveres para todos, o que chamaremos mais tarde de exercício da democracia e isso ninguém entende, e isso passa, inclusive, pela relação professor-aluno, que é muito ruim. Em uma situação em que a qualidade dos professores e alunos não é boa, o ensino é precário e os estudantes não são ouvidos, a realidade de fora da escola se reflete lá dentro", 
O professor lembra que a escalada da violência é resultado também, da própria mudança da estrutura das famílias, que hoje se tornou um problema gravíssimo, já que boa parte delas são chefiadas por mulheres. Então como fazer com que elas trabalhem, cuidem da casa e eduquem os filhos? questiona.  "Mas tem-se não apenas de se preocupar com a educação, que é a internalização de hábitos, regras e costumes que tornam o sujeito controlado, equilibrado. É preciso oferecer instrução básica às crianças, que viria de uma perspectiva pedagógica mais criativas e com políticas públicas estruturadas, finaliza.


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